Global Statistics

Líderes africanos e Banco Africano de Desenvolvimento defendem reformas na governação e integração regional para a transformação de África na Conferência da Sociedade Económica Nigeriana

African Development Bank Group (AfDB)

Líderes africanos, especialistas, dirigentes do Banco Africano de Desenvolvimento (www.AfDB.org) e parceiros de desenvolvimento defenderam reformas urgentes para fortalecer a governação, aprofundar a integração regional e impulsionar o crescimento inclusivo em todo o continente.

Ao abrir a 66.ª Conferência Anual da Sociedade Económica Nigeriana (SEN) em Abuja na terça-feira, o vice-presidente da Nigéria, Kashim Shettima, afirmou que a população jovem do seu país, com uma idade média de 16,9 anos, poderia impulsionar a prosperidade ou aprofundar a pobreza, dependendo das escolhas políticas.

A conferência da SEN de 2025 atraiu mais de 2500 delegados de 22 países africanos, incluindo economistas, decisores políticos, académicos e parceiros internacionais. As discussões estão centradas nas vulnerabilidades estruturais num contexto de perturbações globais que vão desde as alterações climáticas e tensões geopolíticas até à sustentabilidade da dívida e pressões demográficas.

Comparando a indústria de outsourcing da Índia, com um valor anual de 100 mil milhões de dólares, com as receitas máximas do petróleo da Nigéria, de 25 mil milhões de dólares em 2011, o vice-presidente instou à diversificação para setores baseados no conhecimento.

“Os 1,5 mil milhões de habitantes de África deveriam representar uma força económica formidável, mas o continente representa apenas 16% do comércio global”, afirmou Shettima. “Estávamos a dormir durante as três primeiras revoluções industriais. Agora, na quarta, África encontra-se numa encruzilhada”, acrescentou.

O fracasso do continente em aliar a política a uma gestão económica sólida deixou-o para trás no comércio global e no progresso industrial, afirmou Shettima, abordando o tema ‘Repensar o desenvolvimento de África: caminhos para a transformação económica e a inclusão social num panorama económico global em mudança’.

Shettima falou sobre a remoção dos subsídios aos combustíveis, a unificação da taxa de câmbio e as reformas fiscais do governo nigeriano, reconhecendo as dificuldades da inflação e do alto custo de vida, mas enfatizando que a confiança dos investidores está a regressar.

“Estes são tempos difíceis, mas a recuperação será permanente”, disse, elogiando o governo do presidente Bola Ahmed Tinubu por mostrar vontade política para enfrentar as fraquezas estruturais há muito ignoradas.

O ministro do Orçamento e Planeamento Económico da Nigéria, Abubakar Atiku Bagudu, sublinhou os desafios financeiros do continente, observando que há vários países na Europa e na Ásia com mercados de dívida maiores do que África como um todo. Apelou a um maior acesso ao capital e a mais investimento na inclusão social e nas infraestruturas.

“A nossa experiência nos últimos dois anos mostra que são necessárias reformas ousadas, mesmo arriscadas”, afirmou. 

“Para atingir a meta da Nigéria de uma economia de 1 bilião de dólares até 2030 e elevar África como um todo, devemos adotar políticas de mudança de paradigma em todos os níveis”, defendeu.

Na sua mensagem na sessão de abertura do evento, o diretor do Instituto Africano de Desenvolvimento do BAD, Eric Ogunleye, reafirmou o compromisso do Banco em apoiar a agenda de desenvolvimento mais ampla da África.

Destacou iniciativas como o Quadro Estratégico de Ações-Chave para Alcançar o Crescimento Inclusivo e o Desenvolvimento Sustentável, o Índice de Prestação de Serviços Públicos e plataformas de formação especializada, incluindo a Academia de Gestão das Finanças Públicas para África e a Academia de Gestão da Política Macroeconómica para África.

“Estas ferramentas estão disponíveis gratuitamente para os países membros e foram concebidas para acelerar a transformação estrutural e o crescimento inclusivo”, disse aos delegados.

Falando depois sobre ‘Repensar os Modelos de Governação em África para o Crescimento Económico Sustentável’ durante uma sessão plenária, Ogunleye disse que a governação e a liderança continuam a ser decisivas para separar as economias bem-sucedidas das economias em dificuldades.

“A governação não é apenas um fim em si mesma; é um imperativo económico”, afirmou. “Quando a governação é fraca, seja por ser excessivamente centralizada, fragmentada ou reativa, os países não conseguem responder eficazmente aos choques”, alertou.

Outros participantes salientaram que a transformação de África depende de uma integração regional mais profunda. Wale Ogunkola, da Universidade de Ibadan, argumentou que a Zona de Comércio Livre Continental Africana deve ir além da redução de tarifas para construir cadeias de valor, impulsionar infraestruturas e integrar serviços na indústria transformadora.

“Se não produz, o que vai comercializar?”, questionou, apelando a um maior envolvimento do setor privado.

Distribuído pelo Grupo APO para African Development Bank Group (AfDB).

Contacto para os media:
Kwasi Kpodo,
Departamento de Comunicação e Relações Externas,
[email protected]

Sobre o Grupo do Banco Africano de Desenvolvimento:
O Grupo Banco Africano de Desenvolvimento é a principal instituição financeira de desenvolvimento em África. Inclui três entidades distintas: o Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB), o Fundo Africano de Desenvolvimento (ADF) e o Fundo Fiduciário da Nigéria (NTF). Presente no terreno em 41 países africanos, com uma representação externa no Japão, o Banco contribui para o desenvolvimento económico e o progresso social dos seus 54 Estados-membros. Mais informações em www.AfDB.org/pt

Media files
African Development Bank Group (AfDB)
Baixar logotipo

Hot Topics

Related Articles