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Fome diminui no mundo, mas sobe na África e na Ásia Ocidental

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Brasil deixa o Mapa da Fome da FAO após recuperar ganhos em segurança nutricional; relatório de várias agências da ONU confirma que preços dos alimentos aumentaram em 2024 em todo o globo.

Cerca de 8,2% da população global poderá ter enfrentado fome em 2024, segundo o relatório “Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo”, Sofi.

O total que corresponde a 673 milhões de pessoas revela uma redução em relação aos 8,5% de habitantes do planeta, registrados em 2023, e 8,7% em 2022.

Queda da desnutrição no Brasil

Uma das novidades do estudo é a queda da desnutrição no Brasil para menos de 2,5%, o limite para inclusão de um país no Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO. Com isso, o país volta a sair do Mapa da Fome da FAO, uma conquista realizada em 2014, mas que depois retrocedeu.

Entre 2001 e 2003, a média da desnutrição no país foi de 3,9% da população total.

Em contraste com a evolução global, apenas uma pequena parcela dos brasileiros conseguiu manter uma dieta saudável, de um pico de 29,8% em 2021 para 23,7% em 2024.

Sofi é preparado anualmente pela Organização da ONU para Educação, Ciência e Cultura, FAO, o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, Fida, o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, o Programa Mundial de Alimentos, WFP, e a Organização Mundial da Saúde OMS.

Qualidade e quantidade de alimentos

A insegurança alimentar grave acontece quando as pessoas ficam sem comida ou passam um dia ou mais sem comer. A situação é definida como moderada quando a qualidade ou a quantidade de alimentos é baixa e há incerteza sobre a capacidade de acesso às refeições.

De forma geral, o relatório Sofi alerta que os preços dos alimentos aumentaram globalmente em 2024.

O progresso global na segurança alimentar é impulsionado por uma melhoria notável no Sudeste Asiático, no Sul da Ásia e na América do Sul. Em contraste, a fome aumenta de forma contínua na maioria das sub-regiões da África e na Ásia Ocidental.”

O relatório observa que a insegurança alimentar moderada ou grave diminuiu gradualmente desde 2021. O problema foi vivido por 28% da população global em 2024, embora as taxas estejam aumentando na África.

Alimentação nutritiva

Apesar da alta de custos médios de uma alimentação saudável devido à alta dos preços da comida, o relatório revela que o total de pessoas que não podem pagar por uma alimentação nutritiva baixou de 2,76 bilhões em 2019 para 2,6 bilhões no ano passado.

O relatório aponta ainda disparidades globais crescentes: menos pessoas na África, em economias de baixa renda e em países de baixa e média renda, exceto a Índia, poderiam pagar por uma alimentação saudável em 2024 ao contrário de há cinco anos.

Os autores do estudo destacam que países e comunidades de baixa renda sofrem o impacto da fome, da insegurança alimentar e da desnutrição e são afetados de forma desproporcional pela inflação dos preços dos alimentos.

Distribuído pelo Grupo APO para UN News.

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