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“A luta armada dava visibilidade maior e dava maior eficiência e eficácia à própria luta política que era fundamental para a conquista da independência” – Ministro Eurico Monteiro

Governo de Cabo Verde
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O Ministro da Promoção de Investimentos e Fomento Empresarial e Ministro da Modernização do Estado e da Administração Pública, Eurico Monteiro, afirmou, esta sexta-feira, 17 de outubro, que, por via de um conjunto de ações que chamavam a atenção da comunidade internacional para a causa da colonização, a luta armada dava a visibilidade necessária e conferia maior eficiência e eficácia à própria luta política que se travava na época, que era fundamental para a conquista da independência.  

Eurico Monteiro fez essa afirmação à margem do “Encontro de gerações dos PALOP”, promovida pela Coligação da Juventude dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), sob o lema “Das lutas de ontem às esperanças de hoje: gerações em diálogo após os 50 anos”, que reuniu, na Praia, antigos combatentes da liberdade, diplomatas, líderes juvenis, académicos e investigadores, para um diálogo intergeracional sobre o legado das lutas de libertação, os desafios atuais e o papel da nova geração na construção do futuro dos países. 

Na ocasião, o governante que dividia o painel como os Embaixadores de Angola, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe em Cabo Verde, e com o Presidente da Associação dos Combatentes da Liberdade da Pátria de Cabo Verde, destacou a importância da componente política, que se traduzia numa luta para a afirmação da identidade política da Guiné Bissau e de Cabo Verde como Estado, mas também da componente cultural, na luta de libertação nacional, porquanto, entende, se houve sucesso nessas lutas, foi também por se reconhecer uma identidade própria ao povo Cabo-verdiano.  

“Houve resistência para manter a nossa identidade, os nossos costumes e a nossa língua materna, que não era acarinhada”, revelou o Ministro, recordando uma época marcada pela resistência cultural, com a proibição de manifestações como o batuque e o funaná, que “não se alinhavam,” com a cultura identitária portuguesa. “Essas manifestações culturais autóctones e autênticas de Cabo Verde eram proibidas e, no mínimo, em algumas situações, até claramente reprimidas”, completou, rendendo uma homenagem a autores, como Eugénio Tavares, que reforçaram e deram um conteúdo muito substancial à construção da identidade Cabo-verdiana. 

Eurico Monteiro destacou ainda a ligação histórica e afetiva entre os povos, nomeadamente da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, uma relação que se manteve tanto no período colonial quanto no pós-independência, e que deve servir de base para novas formas de cooperação entre os países de língua portuguesa. 

Para o Ministro, a cooperação entre os PALOP, mas também com os países da CPLP deve ultrapassar a esfera política, materializando-se em projetos concretos de formação, ciência e empreendedorismo. 

“Temos boas escolas, mas poderiam ser melhores se fossem empreendimentos comuns, com professores e alunos de diferentes países. Precisamos transformar a nossa afinidade linguística e histórica em sinergias reais, capazes de criar escala e impacto”, sugeriu. 

Ainda refletindo sobre o presente, o governante fez um paralelo com os desafios atuais, sobretudo para a juventude. Observou que o mundo globalizado impõe maior competitividade e necessidade de qualificação contínua, exigindo esforço, inovação e preparação permanente. 

“Estamos num mundo altamente competitivo onde ter um diploma já não basta. É preciso acrescentar mais: domínio de línguas, ferramentas tecnológicas e outras competências”, afirmou o Ministro, alertando que, quem quiser vencer precisa se esforçar mais. 

Distribuído pelo Grupo APO para Governo de Cabo Verde.

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